Brand Abuse

Meu CNPJ está sendo usado para oferecer empréstimos. E agora?

Por Matheus Loyola em
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Basta uma simples pesquisa no Google para descobrir a grande quantidade de vítimas de estelionato na internet. Diariamente, pessoas e empresas são alvo de fraudadores que oferecem empréstimos falsos, se passando por outras marcas.

Páginas falsas são criadas a todo instante, com dados de empresas que realmente existem. Isso dá veracidade à fraude e ainda coloca essas marcas no meio de possíveis processos judiciais movidos pelas pessoas que foram lesadas.

O pior é que, na maioria das vezes, as empresas só ficam sabendo que seu nome está sendo usado em fraudes quando uma reclamação chega ao setor de suporte ao cliente. E muitas dessas ocorrências poderiam ser evitadas com um simples monitoramento da sua presença digital.

 

Estelionato na internet: como funciona

Para esse tipo de fraude ter mais chances de fazer vítimas, os fraudadores usam números de CNPJ ou razões sociais reais de empresas do setor financeiro. Além disso, é comum que eles utilizem domínios parecidos com o oficial, trocando a ordem de algumas letras ou fazendo mudanças sutis. Imagine que credito.com.br seja o endereço do site de uma empresa. Fraudadores podem usar domínios como kredito.com.br, creedito.com.br ou creditos.com.br para confundir os usuários e fazê-los pensar que estão no site correto.

Com isso, o estelionatário cria o cenário perfeito para pegar pessoas desatentas ou que estejam precisando de dinheiro rápido. E, uma vez no site, o usuário é exposto aos benefícios irreais do esquema. Normalmente, basta anunciar taxas muito mais baixas do que as praticadas pelo mercado ou dar condições facilitadas para negativados (como não consultar órgãos de proteção ao crédito, por exemplo). As vantagens oferecidas servem para seduzir o usuário e fazê-lo acreditar que aquele é um negócio realmente imperdível.

Assim que alguém é convencido a seguir para o próximo passo, o fraudador entra em cena, solicitando um depósito inicial, uma espécie de “sinal” (valor dado como garantia à empresa para confirmar o negócio). A justificativa para isso é que a quantia é necessária para “dar entrada na papelada”, “liberar o empréstimo” ou qualquer outro motivo usado para o pedido não soar estranho.

Evidentemente, assim que o pagamento é realizado, o estelionatário desaparece. O uso de contas laranja e e-mails falsos torna o rastreamento impossível, deixando o usuário em uma situação ainda pior do que a que ele se encontrava.


Como proteger sua empresa e seus clientes desse tipo de ameaça

Toda empresa está sujeita a ser vítima de abusos de marca. Por isso, é fundamental manter um sistema de monitoramento ativo, para se certificar de que ninguém está usando informações oficiais de maneira indevida.

Faça buscas no Google, combinando o nome de sua marca, seu CNPJ e sua razão social. Algo seguindo mais ou menos o modelo a seguir: “CNPJ” + “Nome ou Razão”, acompanhado por palavras-chave como “financeira”, “empréstimos”, “negativado”, “consignado” etc.

Se encontrar uma página suspeita, procure indícios da apropriação indevida da sua marca. Pode ser o uso do seu CNPJ, um texto afirmando se tratar do site de um “correspondente bancário” ou mesmo uma tentativa de se passar por uma página oficial da sua empresa. No entanto, é importante ter em mente que pesquisas feitas dessa forma podem tomar várias horas da sua equipe. A solução para evitar esse problema é recorrer a um monitoramento automatizado, como o da Axur. Nosso sistema escaneia a web atrás de indícios de fraude e retorna apenas os resultados que são de fato relevantes.

Ferramentas como Reclame Aqui, Proteste e os próprios canais de relacionamento da sua empresa também podem dar indicações sobre ocorrências de estelionato. Quando uma fraude desse tipo acontece, os clientes afetados costumam fazer reclamações diretamente com a marca ou em canais de apoio ao consumidor. Afinal, as pessoas não sabem que o problema que estão enfrentando é fruto da ação de criminosos (e isso pode gerar processos judiciais e perdas financeiras para sua empresa).

É por isso que é extremamente importante reagir a estelionatos assim que eles forem identificados. Quanto mais tempo no ar, mais danos eles podem causar aos seus clientes e à sua marca.


O que fazer quando encontrar um estelionato usando sua marca

Se você encontrar um caso real de estelionato envolvendo sua empresa, é fundamental reunir o máximo de provas possível sobre o caso. Estes dados vão ajudar na remoção do conteúdo fraudulento:

  • Print da tela
  • URL da página
  • Registro do domínio (para isso, você pode usar ferramentas como o Whois.com)
  • Informações de registro de domínio da página

 

estelionatoInformações de registro da página “pudim.com.br”


De posse dessas informações, você pode entrar em contato com o provedor responsável pela hospedagem do conteúdo. Os termos de uso de plataformas como Wix e Webnode possuem cláusulas específicas sobre apropriação de identidade, o que pode ser de grande ajuda para acelerar a remoção.

A denúncia, na maioria dos casos, deve ser feita por e-mail, apresentando os seguintes dados:

  • Qual empresa você está representando
  • Qual é sua relação com essa empresa
  • Qual é marca está sendo infringida e seu número de registro

Na mesma mensagem, você deve descrever qual crime está sendo cometido e anexar as provas coletadas na página. Assim, o provedor pode avaliar melhor a situação e remover o conteúdo se considerar necessário.

O Marco Civil da Internet, no entanto, não obriga que os provedores brasileiros removam conteúdos (desde que não haja uma ordem judicial nesse sentido). Na prática, isso significa que o provedor pode recusar seu pedido, mantendo ativo um conteúdo prejudicial à sua empresa até que uma ação judicial determine o contrário.

É nesse ponto que uma plataforma de monitoramento e proteção de riscos se torna fundamental. Além de identificar estelionatos antes que eles possam prejudicar seus clientes ou sua imagem, a expertise e o estreito relacionamento que a Axur tem com os ISPs (internet service providers) faz seu processo de takedown ser muito mais efetivo e financeiramente viável do que ações judiciais.

Conheça mais sobre o monitoramento de estelionatos da Axur ou peça já uma demonstração.
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ESPECIALISTA CONVIDADO

Eduardo Schultze, Coordenador do CSIRT da Axur, formado em Segurança da Informação pela UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Trabalha desde 2010 com fraudes envolvendo o mercado brasileiro, principalmente Phishing e Malware

AUTOR

Matheus Loyola

Mineiro se aventurando por São Paulo, formado em Produção Audioviosual e pós-graduado em Marketing, de fotógrafo e produtor freelancer à Analista de Marketing & Vendas pela Axur. Atualmente se metendo a redator por essas bandas.