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Como monitorar atividades maliciosas que possam afetar sua empresa

Escrito por Time de Conteúdo | Jun 16, 2025 11:47:00 AM

As estratégias de cibersegurança corporativa evoluíram significativamente na última década. Firewalls, EDRs, SIEMs e outras soluções de defesa perimetral e interna tornaram-se padrão em empresas que levam a segurança da informação a sério. Ainda assim, os incidentes continuam — e, em muitos casos, estão aumentando em sofisticação e impacto.

A razão para isso é simples, mas negligenciada: a maioria dos vetores de ataque que geram incidentes reais hoje não está dentro da rede. Está do lado de fora.

Para proteger uma organização de forma eficaz, não basta observar o que acontece dentro do perímetro corporativo. É essencial mapear, monitorar e compreender o ecossistema externo: domínios, redes, comunidades e serviços que podem ser usados para preparar e lançar ataques contra a empresa — mesmo sem qualquer vulnerabilidade interna.

Neste artigo, vamos explorar com profundidade:

  • O que caracteriza a cibersegurança externa e por que ela é crítica

  • Tipos de sinais externos que antecedem ataques reais

  • As limitações das ferramentas tradicionais

  • A nova superfície de ataque digital — e como ela deve ser monitorada

Nosso objetivo aqui é simples: evidenciar com precisão o que precisa ser compreendido e vigiado para reduzir riscos reais.

 

O que é a cibersegurança externa?

A cibersegurança externa se refere à proteção da organização contra ameaças originadas fora do seu perímetro técnico direto. Isso inclui qualquer vetor que esteja fora da rede interna, como:

  • Infraestruturas fraudulentas criadas para enganar colaboradores ou clientes

  • Vazamentos de dados corporativos em ambientes públicos ou semi-privados

  • Menções à organização ou a seus ativos em fóruns clandestinos

  • Campanhas de phishing e engenharia social conduzidas por terceiros

  • Atividades automatizadas ou manuais que visam reconhecimento ou exploração externa

Ao contrário da segurança tradicional, que foca em endpoints, firewalls, tráfego interno e credenciais protegidas, a cibersegurança externa exige uma vigilância contínua de um ecossistema volátil, descentralizado e, muitas vezes, anônimo.

O paradoxo do perímetro

A transformação digital descentralizou os pontos de contato entre uma organização e o mundo externo. Com a migração para SaaS, a exposição em redes sociais, a terceirização de serviços e a expansão da presença digital, o perímetro tradicional — aquele onde as ferramentas de segurança estão instaladas — tornou-se insuficiente.

Hoje, uma campanha de phishing bem-sucedida pode começar com um domínio falso, seguir com uma página clonada hospedada em um serviço gratuito e terminar com a coleta de credenciais de um colaborador remoto — sem que nenhuma ferramenta de proteção interna detecte qualquer anomalia.

O ciclo da ameaça: da preparação ao ataque

Ataques não nascem no momento do impacto. Eles passam por um ciclo de preparação, execução e, muitas vezes, expansão. Entender os sinais desse ciclo é fundamental para antecipar e prevenir incidentes.

 

Fase 1: Reconhecimento

Nesta etapa, o atacante coleta informações sobre a organização-alvo. Isso pode incluir:

  • Descoberta de subdomínios e serviços expostos

  • Mapeamento de provedores de SaaS utilizados

  • Busca por credenciais expostas anteriormente

  • Identificação de colaboradores, executivos e seus comportamentos digitais

Fontes comuns incluem sites públicos, LinkedIn, pastebins, mecanismos de busca alternativos e até repositórios de código abertos.

 

Fase 2: Preparação de infraestrutura

Com os dados em mãos, o atacante cria ativos externos para simular, enganar ou explorar. Exemplos incluem:

  • Domínios com variações da marca ou nomes enganosos (typosquatting, homográficos)

  • Hospedagem de páginas falsas em infraestrutura efêmera (cloud buckets, CDN gratuitas)

  • Configuração de SMTPs para envio de e-mails falsificados (spoofed)

  • Criação de contas falsas em redes sociais para personificação

É comum que esses recursos sejam projetados para operar por poucas horas — tempo suficiente para escapar da detecção e causar dano.

 

Fase 3: Execução da campanha

Aqui, o ataque se concretiza. Alguns exemplos:

  • Envio massivo ou segmentado de e-mails de phishing com links externos

  • Promoção de anúncios maliciosos com redirecionamento seletivo

  • Divulgação de links em canais de comunicação como Telegram, WhatsApp ou fóruns

  • Exploração de brechas com base em credenciais ou configurações descobertas anteriormente

 

Fase 4: Monetização ou persistência

Dependendo do objetivo, os atacantes podem:

  • Vender credenciais, acessos ou informações coletadas em marketplaces

  • Usar o acesso obtido como vetor para movimentação lateral

  • Coletar e extorquir dados sigilosos (ransomware ou double extortion)

  • Realizar novas campanhas com base na infraestrutura reaproveitada

Detectar sinais nas fases 1 e 2 é o que permite antecipar e bloquear os ataques antes que eles atinjam a organização.

 

Exemplos reais de sinais externos

Abaixo, uma tabela com tipos de atividades externas que, se monitoradas corretamente, revelam campanhas em andamento ou em preparação:

Tipo de atividade

Sinal observado

Registro de domínios enganosos

Variações de nome da marca com fins de phishing

Atividade em fóruns de cibercrime

Discussões sobre sistemas internos, CVEs e venda de credenciais

Vazamento de dados

Dumps com senhas corporativas em serviços públicos ou pagos

Infraestrutura de phishing

Páginas clonadas hospedadas em buckets públicos

Engenharia social em escala

Perfis falsos simulando executivos com links maliciosos

Ativação de SMTPs maliciosos

Domínios recém-configurados para enviar spoofed e-mails

Na maioria dos casos, esses sinais surgem entre 6 e 72 horas antes da execução massiva. Em campanhas direcionadas (como spear phishing ou BEC), a janela pode ser ainda menor.

Por que ferramentas tradicionais não resolvem

A maioria das soluções em uso hoje dentro de corporações foi projetada para proteger o ambiente controlado: endpoints, tráfego interno, servidores gerenciados, e-mails corporativos.

O que elas podem não detectar:

  • Domínios recém-criados: especialmente se ainda não foram usados em ataques detectáveis

  • Conteúdos em fóruns de acesso restrito: muitos deles bloqueiam crawlers e exigem credenciais

  • Sites maliciosos com evasão ativa: que se ocultam de sistemas automatizados via fingerprint

  • Campanhas distribuídas: onde o mesmo ataque é replicado em múltiplas infraestruturas com pequenas variações

Mesmo soluções com recursos de threat intelligence tradicionais falham nesse aspecto, pois dependem de listas conhecidas ou feeds de terceiros — que só reagem após o ataque.

O falso senso de proteção

Organizações que investiram fortemente em ferramentas de EDR, firewall avançado, CASB e DLP podem acreditar que estão protegidas. Mas, se essas soluções não oferecem monitoramento da superfície externa, estão literalmente cegas para o que está por vir.

Essa lacuna estratégica abre espaço para ataques que passam despercebidos até o ponto de entrada ser explorado.

A nova superfície de ataque digital

A superfície de ataque de uma organização não se limita mais ao que ela gerencia diretamente. Ela inclui todos os pontos de contato digitais — mesmo os que não estão sob seu controle direto.

O que compõe essa superfície externa:

  1. Domínios e subdomínios falsos: usados para phishing, fraude ou coleta de dados

  2. Redes sociais e plataformas de comunicação: onde ocorrem personificações e interações maliciosas

  3. Fóruns, canais e marketplaces clandestinos: onde dados, acessos e vulnerabilidades são negociados

  4. Serviços de paste, arquivos indexados, e cache públicos: que podem expor dados sensíveis acidentalmente

  5. Infraestrutura em nuvem de uso aberto: buckets mal configurados, serviços temporários, redirectors

Técnicas modernas de evasão

  • Fingerprinting: sites que exibem conteúdo diferente com base no user-agent, IP, ou resolução da tela
  • Geofencing: conteúdos maliciosos são exibidos apenas para determinados países ou ASN
  • Tempo de vida curto: domínios e servidores usados por apenas algumas horas para evitar blocklists
  • Fragmentação de campanha: múltiplas instâncias do mesmo ataque com pequenas variações

Essas técnicas exigem detecção proativa com inteligência contextual.

Visibilidade externa é pré-requisito para defesa real

Para responder à pergunta “como monitorar atividades maliciosas que possam afetar sua empresa”, a resposta técnica é clara: é necessário monitorar o cenário externo com ferramentas especializadas em inteligência de ameaças, detecção avançada e automação de resposta.

A Axur entrega essa visibilidade com um conjunto coordenado de capacidades que cobrem as lacunas deixadas por soluções tradicionais — e que operam com foco em antecipação, não apenas detecção:

  • Monitoramento de alta escala e alcance global

    A plataforma observa continuamente dezenas de milhões de ativos digitais, incluindo domínios recém-criados, buckets de nuvem públicos, marketplaces de credenciais, fóruns fechados, redes sociais e canais de distribuição alternativos. Esse monitoramento vai além de simples crawling: envolve enriquecimento com sinais técnicos, análise contextual e priorização baseada em risco. É uma cobertura ativa da superfície externa de ataque, que se adapta em tempo real ao comportamento dos atacantes.

  • Detecção por IA que não depende de palavras-chave ou listas prévias

    A Axur aplica modelos proprietários de IA generativa e redes neurais treinadas para identificar ameaças com base em padrões visuais, estruturais e funcionais, mesmo quando o atacante tenta evitar menções explícitas à marca. Isso permite identificar páginas de phishing, clones maliciosos e armadilhas digitais mesmo em campanhas sofisticadas com evasão ativa — onde abordagens baseadas em listas ou regras falham.

  • Fluxos automatizados de resposta e takedown

    Quando uma ameaça é identificada, a resposta não depende de triagem manual. A plataforma gera alertas com evidência técnica acionável e aciona automaticamente processos de remoção com ISPs, plataformas de hospedagem e blocklists globais. Essa automação cobre desde o envio de notificações formais com logs e screenshots até integrações com sistemas internos (SIEMs, SOAR, ticketing), reduzindo o tempo de mitigação de horas ou dias para minutos.

Proteger sua organização hoje exige mais do que visibilidade interna. Se sua equipe busca antecipar riscos com inteligência real sobre o cenário externo de ameaças, entre em contato com a Axur. Estamos prontos para apoiar sua estratégia de defesa com profundidade, escala e precisão.