Você deve ter notado que, ultimamente, diversos sites na Internet e a mídia em geral têm publicado notícias sobre falhas em aplicativos, ataques de ransomware, além de vazamentos e exposição de dados sensíveis, que geram incontáveis fraudes e golpes digitais.
No meio desse turbilhão de bits e bytes, temos muitas empresas afetadas que não possuem um processo eficaz de conscientização em segurança da informação, de gestão de vulnerabilidades e de prevenção a fraudes.
Para piorar ainda mais o cenário, a maioria delas não entende a gravidade dos problemas de segurança – até que realmente sejam vítimas do próprio “descuido”.
Não quero, por meio deste artigo, atuar como mensageiro do apocalipse. Quero apenas mostrar o quão vulneráveis as empresas podem estar, para que não esperem o pior acontecer e que possam, de forma antecipada, tomar as medidas necessária para a segurança digital completa de seus funcionários e clientes.
As empresas estão cada vez mais dependentes da tecnologia. Hoje é praticamente impossível para uma empresa que deseja fazer negócios e gerar vendas não estar conectada de alguma forma à Internet.
Essa conexão das empresas se traduz em presença digital e pode acontecer na forma de sites, e-commerces, redes sociais ou aplicativos (onde os clientes consultam e disponibilizam informações) e também com parceiros comerciais (também com o compartilhamento de dados) – e assim por diante.
Isso significa, sem exceções, aumentar a superfície de ataque e muitas empresas (não só brasileiras) ignoram os riscos ou têm dificuldade de entender a importância de investir em prevenção a fraudes, esperando o pior acontecer para daí tomarem alguma medida de proteção digital. Isso pode ser realmente muito perigoso. Explico a seguir:
Segundo pesquisa da IBM, em cada vazamento de dados ocorrido no Brasil, cerca de 26.523 registros de informação foram vazados, resultando em prejuízos superiores a R$ 5 milhões para as empresas, com uma média de R$ 260,00 por registro.
Além disso, os prejuízos financeiros podem também estar ligados aos muitos processos movidos contra as empresas que tiverem os dados vazados. Sem contar as multas milionárias que as empresas devem pagar aos governos, face à leis de proteção de dados pessoais.
Dependendo da criticidade da violação ocorrida, serviços afetados poderão ser encerrados, devido aos prejuízos financeiros e multas.
Independente da magnitude da violação ocorrida, quando divulgada na mídia (como temos visto recentemente) uma única fraude ou falha pode ser o suficiente para danificar a reputação da empresa para o mercado. Em cenários assim, muitos usuários tendem a procurar os serviços de concorrentes e empresas vão para outros parceiros, pois não gostariam de compartilhar informações sensíveis com um parceiro que não se preocupa com a segurança das informações. Em resumo, o fato é que a má reputação vai ter impacto direto no caixa das empresas.
Veja agora algumas dicas para você cuidar do perímetro externo e evitar que a fraude aconteça:
Na maioria dos vazamentos , uma quantidade de dados massiva é exposta, vendida ou negociada em deep e dark web e, no caso de credenciais de acesso e de dados de cartão de crédito, ficam disponíveis em sites de compartilhamento de textos como o Pastebin (nesse site, as informações ficam acessíveis para qualquer um).
É de suma importância que as empresas monitorem a internet da web superficial à deep e dark web em busca de qualquer menção a dados sigilosos que tenham relação com a companhia. Descobrir rapidamente e reagir na mesma velocidade pode fazer a diferença no impacto financeiro gerado pela má reputação da marca.
É crucial que a empresa conheça todos os seus pontos de presença na web (oficiais ou não), certificando-se da existência de:
É importante ter esta presença digital 100% mapeada e acompanhar de perto onde e como as informações são tratadas e armazenadas (com acordo de não-divulgação para cada empresa/serviço) pois, dessa forma, será possível ter mais segurança e saber onde informações sensíveis estão citadas – e então tomar alguma ação quando algo não estiver dentro da presença padrão da empresa na web.
A marca de uma empresa é um dos bens mais preciosos que ela pode ter. Por isso, é importante que a utilização da marca da empresa seja monitorada. Isso torna possível saber onde ela é citada ou usada, tanto em campanhas de marketing e notícias com conteúdo inadequado, bem como em campanhas de malware, phishing, perfis ou páginas falsos, apps falsos, representantes de vendas falsos, pirataria, anúncios e vendas não autorizadas.
São inúmeras possibilidades de uso indevido de marca e elas quase sempre levam os consumidores direto a fraudes ou ao roubo de dados. O resultado da falta de ação você já sabe: imagem de marca afetada e impacto negativo no caixa da empresa.
Quanto mais você monitora, mais resultados em escala você ganha. Com uma gestão de riscos robusta, que se atente principalmente à deep e dark web, você prevê com mais precisão os comportamentos dos cibercriminosos e pode agir antes que os prejuízos surjam.
Alguns exemplos desse tipo de ação são o monitoramento de telas fakes (que são kits para programar páginas de phishing), do vazamento de trechos de código-fonte (que dá abertura a invasões) e até mesmo de simples menções em deep e dark web que indiquem planos criminosos. É sempre bom manter os inimigos por perto, né?
Esse contato ajuda no combate e na resposta ágil contra as ameaças digitais, de forma que os possíveis prejuízos sejam minimizados no menor tempo possível com a remoção correta do conteúdo infrator
Sabemos que tornar estratégica a área da segurança da informação ou de prevenção a fraudes é um trabalho árduo, e nem sempre os profissionais dessas áreas vão conseguir desempenhar o papel que gostariam.
Esse é um dos motivos pelos quais muitas empresas aceitam os riscos, mas outras apenas ignoram a espera da grande fraude.
O perigo mora exatamente aí. Por isso, vale sempre lembrar do clichê: é melhor prevenir do que remediar.