Bitcoin, smart contracts e distributed ledger são alguns dos termos associados à tecnologia blockchain. Na onda dessas inovações, uma iniciativa de domínios em blockchain está apostando no controle feito unicamente pelo registrante – para que não existam quaisquer tentativas de bloqueio ou censura aos sites criados. O conceito é certamente muito interessante, mas abre uma dúvida: seriam tais domínios incensuráveis até mesmo em casos de fraudes e crimes?
A Unstoppable Domains surgiu com uma missão: promover a “liberdade de expressão mundial”. Em resumo, a empresa trabalha em seus domínios com blockchain, o que permite que seja feita uma distribuição organizada e, principalmente, com total autonomia individual.
O primeiro propósito apontado no site da companhia é a criação de “domínios-carteira” para criptomoedas (evitando aqueles longos códigos que precisam ser copiados). O segundo é, então, possibilitar conteúdos que não podem ser derrubados por terceiros.
Segundo o cofundador Bradley Kam, “a internet não é livre de censura na maior parte do mundo”, sendo alguns lugares somente um pouco mais abertos que outros. Para isso, além de blockchain e a entrega de “chaves únicas” aos donos dos domínios, a empresa também irá usar IPFS (Interplanetary File System), uma rede que descentraliza o armazenamento de conteúdos.
Com todo o embasamento na visão de liberdade (que é a fundamentação básica da internet, desde o seu início), o projeto tem um plano robusto de crescimento – que está a todo vapor: em maio deste ano, o negócio captou um fundo de US$ 4 milhões da empresa de capital de risco do bilionário Tim Draper.
Agora em julho, os “domínios irrefreáveis” foram oficialmente lançados: foi feita a liberação da TLD .zil (que vem da associação com a plataforma de blockchain Zilliqa) aos pré-inscritos. E, mais recentemente, uma quantia total de US$ 250 mil foi concedida para cobrir custos de quem quiser migrar sua carteira.
Segundo o CEO, Matthew Gould, a possibilidade de fraudes e crimes nos Unstoppable Domains existe. Entretanto, ele afirma que “a ideia da tecnologia descentralizada é colocar o poder de volta na mão dos usuários, o que pode ser um pouco assustador”.
Traduzindo: o futuro é incerto, até mesmo para o CEO da startup. Isso significa que empresas e usuários devem redobrar sua atenção para os conteúdos que podem surgir dessa novidade. A segurança digital é especialmente relevante quando se fala em domínios e URLs suspeitas – é só observar práticas como as de cybersquatting, phishing e estelionato.
Segundo o site do Unstoppable Domains, todos os casos de uso de marca registrada nos domínios .zil podem ser restituídos aos detentores legítimos mediante comprovação. O problema é que isso só ocorre se o domínio ainda não foi distribuído, mas somente vendido. Depois que existe um dono, a Unstoppable Domains não pode fazer nada.
É também importante notar como existem práticas criminosas que vão além dos nomes de domínios similares. Um hipotético domínio “promocaoespecial.zil” pode hospedar crimes que geram prejuízos como a captura de dados e danos financeiros (de todos os tamanhos) – conteúdos que seriam à prova de censura ou remoção. O grande problema é que essa hipótese está bem perto de ser verdade.
Certamente, será preciso aguardar os próximos capítulos da história do Unstoppable Domains – e, também é possível dizer, do grande sistema das relações de segurança entre sociedade e internet.
Não é à toa que existem discussões diárias (principalmente políticas) sobre como dados e informações sensíveis devem ser tratados, na medida em que já temos regulamentações como a GDPR (General Data Protection Regulation) e da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Enquanto ficamos alerta, uma boa ideia pode ser o mapeamento dos outros tipos de nomes de domínio similares (sem blockchain) e fraudes que podem estar afetando sua marca. Por meio de automações e técnicas de inteligência artificial, a proteção contra riscos digitais da Axur está aqui para auxiliar nessa hora. Conheça nossa solução para domínios falsos.