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Ameaças externas, internas e risco digital: qual a diferença?

Por Time de Conteúdo em
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Como o mundo digital não é algo tangível, visualizar seus riscos e compreender as consequências ainda não é intuitivo. Portanto, sem entender como os sistemas funcionam internamente e como os ciberataques são projetados para explorá-los, a prevenção pode se tornar ainda mais complicada.

Agravando o problema está o fato de que a internet ainda é muito hostil. A plataforma de dados Statista estima que houve 493 milhões de tentativas de ataques de ransomware em 2022. O Google também afirma que seus sistemas interceptam 15 bilhões de mensagens indesejadas diariamente, muitas delas relacionadas a ataques de phishing que podem roubar informações financeiras e pessoais. O fabricante de antivírus Trend Micro relatou que suas ferramentas bloquearam 161 bilhões de ameaças em 2023.

Embora os sistemas de segurança bloqueiem uma alta quantidade de tentativas de ataque, o volume de atividade maliciosa é tão grande que a pequena proporção delas que consegue escapar ainda é motivo de preocupação. Um ataque não mitigado é suficiente para causar perdas significativas e interromper negócios.

No entanto, esses ataques externos não contam toda a história sobre os muitos riscos aos quais as empresas estão expostas. Toda organização precisa estar atenta tanto às ameaças externas quanto internas, além de adotar estratégias para mitigar o risco inerente de operar no ambiente digital.

Ameaças internas

As ameaças internas são aquelas que se originam ou ocorrem principalmente dentro de uma organização. Funcionários descontentes, negligência e falha em cumprir a política de segurança estabelecida são alguns exemplos.

Há também alguns incidentes bem conhecidos em que funcionários deixaram "bombas lógicas" dentro de projetos de software que estavam desenvolvendo, criando dores de cabeça para o empregador depois que saíram ou foram demitidos.

À medida que as pessoas se envolvem mais com processos digitais, elas são confiadas com dados valiosos que, a menos que protegidos, podem ser facilmente copiados ou vazados. Hoje, existem muitas soluções disponíveis no mercado para gestão de identidade e acesso para reduzir tanto o "raio de explosão" de ameaças internas quanto de agentes externos que conseguem acessar a rede corporativa.

Ameaças externas e os atacantes

As ameaças externas são aquelas que se originam fora da organização. O impacto também pode ser sentido dentro da empresa, mas a ameaça ainda foi executada por um invasor externo.

Ransomware, phishing, malware ou ataques de Negação de Serviço Distribuída (DDoS) são alguns exemplos bem conhecidos. Como veremos mais adiante, existem muitas ameaças externas que ocorrem em plataformas online que as empresas não controlam.

Claro, há uma razão pela qual ainda pensamos principalmente em ransomware ou malware quando se trata de Ameaças Externas. No passado, a menos que um atacante externo estivesse ativamente tentando roubar dados ou causar uma interrupção, muitos incidentes de segurança cibernética não prejudicariam muito a empresa. Assim, a mídia frequentemente se concentrava em incidentes de segurança perpetrados exclusivamente por hackers que encontravam vulnerabilidades ou outros pontos de entrada, dando notoriedade a essas ameaças.

Enquanto firewalls, Detecção e Resposta Estendida (XDR), Sistemas de Prevenção de Intrusões (IPS) e outras ferramentas semelhantes são usados para mitigar a ameaça externa, eles não podem proteger os clientes e a presença online da empresa em plataformas externas.

Ameaças internas e o novo perímetro

Proteger o "perímetro da rede" costumava ser o principal objetivo da cibersegurança. A ideia era que tudo o que se originava fora da rede corporativa era menos confiável do que o que estava dentro.

Mas as empresas passaram por mudanças significativas que tornaram essa estratégia ineficaz:

  • Trabalho remoto ou home office permite que as empresas contratem pessoas em todo o mundo. Quando alguém está trabalhando remotamente, o "perímetro" é frequentemente acessado de fora.
  • Os dados são armazenados em serviços de nuvem, incluindo produtos IaaS (Infraestrutura como Serviço) e SaaS (Software como Serviço). Essas soluções são frequentemente disponibilizadas para muitas empresas, portanto, não pertencem a um "perímetro".
  • As empresas agora dependem fortemente de plataformas externas como mercados online e mídias sociais para se envolver com seus clientes e a comunidade em geral. Elas enfrentam o desafio de construir confiança em plataformas que não possuem e sobre as quais têm pouco controle.

Alguns riscos são inerentes ao ambiente cibernético. Os dados podem ser facilmente duplicados quando estão em formato digital, tornando os vazamentos de dados muito mais fáceis. Em outras palavras, "copiar e colar" requer muito menos esforço do que duplicar milhares de folhas de papel. Informações roubadas podem ser postadas em qualquer lugar – incluindo na Deep ou Dark Web, onde os criminosos as compartilham entre si. Isso é chamado de vazamento de dados e pode ocorrer devido a um ataque externo ou um funcionário desonesto, ou até mesmo um ataque ao dispositivo pessoal de um funcionário que estava armazenando dados da empresa.

Da mesma forma, infelizmente é bastante fácil para alguém copiar elementos visuais, como logotipos ou um site inteiro. No mundo real, levaria bastante esforço para alguém "clonar" uma loja, mas isso leva apenas alguns minutos na web.

A menos que você esteja ativamente procurando, não saberá que alguém clonou seu site, aplicativos móveis ou perfis de mídia social para fraudar seus clientes – pelo menos não até que eles comecem a ligar ou enviar e-mails sobre pedidos não cumpridos ou promoções inexistentes.

A pirataria também é um problema para bens digitais. Produtos digitais são facilmente copiados e distribuídos ilegalmente, em lugares onde você pode não ter nenhuma visibilidade. Se isso não for mitigado, os usuários começarão a esperar obter seus produtos digitais gratuitamente, levando a uma perda de receita.

Os criminosos podem atacar diretamente seus clientes, fazendo-os sentir-se inseguros em suas interações com sua marca, ou podem usar dados roubados para fazer pedidos fraudulentos que terão que ser tratados por você.

Essas ameaças externas existem totalmente além do perímetro corporativo e não precisam tocar diretamente em sua infraestrutura tecnológica. Elas estão presentes em redes sociais, fóruns da web e mercados de comércio eletrônico, bem como em espaços fechados focados em atividades criminosas.

Para mitigar esses riscos, a solução é uma Plataforma de Segurança Externa que forneça:

Monitoramento contínuo — Manter a visibilidade sobre o conteúdo na web que expõe seu negócio a riscos requer monitoramento contínuo de sua marca e executivos. Esse monitoramento deve abranger o máximo possível da web e utilizar Inteligência Artificial e outros algoritmos para inspecionar visualmente o conteúdo que não menciona sua marca no texto. O monitoramento também deve avisá-lo se alguém estiver "cibersquatting" seus domínios.

Triagem e resposta automatizadas — Quando você está procurando fora de todos os seus ativos corporativos por riscos, não há tanto contexto disponível para garantir que as detecções sejam maliciosas. Uma plataforma de Cibersegurança Externa compensa isso usando algoritmos avançados para filtrar, fazer a triagem e priorizar detecções, para que você possa se concentrar no que é mais importante. A plataforma também deve oferecer respostas automatizadas (como Remoções), que podem remover o conteúdo da web e interromper completamente algumas atividades criminosas, como ataques de phishing.

Inteligência de Ameaças — À medida que as soluções de Cibersegurança Externa varrem a web em busca de qualquer menção à sua marca, elas também podem detectar casos de criminosos planejando atacar seu negócio, mencionando vulnerabilidades encontradas em seus serviços, credenciais roubadas e muito mais.

As soluções de Cibersegurança Externa vão além da rede corporativa, encontrando e lidando com ameaças que existem tanto em espaços online amigáveis quanto hostis, nos quais sua empresa ou seus clientes provavelmente estarão.

Devido à sua versatilidade e visibilidade que oferecem, as plataformas de Cibersegurança Externa são uma excelente adição à sua estratégia geral degestão de riscos. Encontrar uma credencial roubada na Dark Web e impedir que ela seja usada pode ser a chave para interromper um ciberataque que, de outra forma, passaria despercebido por suas defesas. Você também pode descobrir tentativas de recrutar insiders, vazamentos de dados relacionados aos seus usuários ou ao seu negócio e muito mais, unindo toda a sua estratégia de cibersegurança.

Em resumo, a visibilidade sobre ameaças internas e externas direcionadas diretamente à sua infraestrutura não é suficiente para obter uma visão clara dos riscos digitais gerais aos quais sua empresa está exposta. Para isso, você precisa de uma plataforma de Cibersegurança Externa. Como essas plataformas funcionam fora de sua rede corporativa, elas não são difíceis de configurar. Entre em contato conosco e vamos começar!

ESPECIALISTA CONVIDADO

Eduardo Schultze, Coordenador do CSIRT da Axur, formado em Segurança da Informação pela UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Trabalha desde 2010 com fraudes envolvendo o mercado brasileiro, principalmente Phishing e Malware

AUTOR

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