Até 2021, as empresas brasileiras que lidam com informações privadas e dados de clientes vão precisar se adaptar à nova lei de proteção de dados (LGPD, nº 13.709/2018) e, dentre outras medidas, contratar um Data Protection Officer (DPO). Ainda relativamente raro no mercado de trabalho brasileiro, esse profissional (que, segundo estimativas, pode ter salários entre R$ 12 mil e R$ 50 mil) tem sido muito procurado no exterior desde a aprovação da GDPR (General Data Protection Regulation) pela União Europeia.
Por lidar com questões como privacidade, prevenção a vazamentos e adequação a diferentes regulamentações, as funções e o perfil de um DPO exigem amplos conhecimentos em cibersegurança, comunicação e, claro, legislação. Para comprovar esse domínio avançado, é preciso que a pessoa obtenha um certificado que confirme sua experiência.
Como obter a certificação de DPO?
Para se qualificar como Data Protection Officer e atuar na área internacionalmente, é necessário receber o reconhecimento da Exin, empresa holandesa que certifica profissionais na área de tecnologia.
O título é dado para quem acertar ao menos 65% de cada um de três exames da instituição: Information Security Foundation (ISFS), Privacy and Data Protection Foundation (PDPF) e Privacy and Data Protection Practitioner (PDPP). Esses exames são disponibilizados em diversos idiomas, inclusive em português do Brasil.
Cursos preparatórios para os exames de DPO
Como são exigidos grandes conhecimentos e experiência em segurança da informação, a Exin oferece exames simulados e um breve guia como material de apoio para a prova. Mas só isso pode não ser o suficiente. E é aí que entram os cursos preparatórios:
Curso de PDPF (Privacy and Data Protection Foundation) na Daryus: desenvolvido em parceria com a Exin, o curso é focado no exame do primeiro nível para tornar-se DPO e cobre a área de proteção de dados pessoais. O conteúdo programático aborda desde noções básicas de violação até aplicações práticas para que o estudante aprenda a lidar com uso de dados. O curso tem duração de 16 horas, acontece em São Paulo (SP) e tem previsão para uma nova turma em maio.
Curso preparatório da FIA (Fundação Instituto de Administração): é um curso que cobre o conteúdo das três certificações exigidas para se tornar um DPO. A matriz curricular inclui estudos aprofundados das leis de proteção de dados (tanto da União Europeia quanto do Brasil), gestão de informação e partes práticas. Para ser aprovado no curso, o aluno precisa ter, no mínimo, nota final de 7 e 75% de frequência. O curso tem 80 horas e é realizado durante 3 meses em São Paulo (SP). A próxima turma tem data prevista de início em 18 de setembro de 2020.
Curso preparatório da IT Partners: a instituição oferece um treinamento totalmente on-line, que atende aos três exames da certificação para DPO, além de trazer fundamentos de Segurança da Informação com base na norma ISO/IEC 27001. Os encontros on-line acontecem à noite e, para receber o certificado de participação, o aluno deve estar presente em, no mínimo, 70% das conferências.
O caminho para se tornar um Data Protection Officer é longo e exige bastante estudo. Felizmente, há formas de se preparar para o desafio e o resultado vai certamente ser muito recompensador: em um país como o Brasil, em que 3 em cada 4 habitantes já são usuários da internet, a questão da segurança digital precisa ser observada pelas empresas e instituições. Isso representa um gigantesco campo de atuação, praticamente inexplorado, que está à espera da chegada de profissionais qualificados.
Jornalista formado pela UFRGS e Content Creator da Axur, responsável pelo Deep Space e por atividades de imprensa. Também já analisei dados e fraudes na equipe de Brand Protection aqui na Axur. Mas, em resumo: meu brilho nos olhos é trabalhar com tecnologia, informação e conhecimento juntos!